Homeopatia Infantil e Saúde de Adultos

sábado, 11 de outubro de 2025

Porque estamos tão doentes? É na farmácia que encontramos a resposta?

Vivemos num tempo em que a medicina alcançou feitos extraordinários.

Cirurgias robóticas, transplantes complexos, inteligência artificial a diagnosticar doenças com precisão inédita.

E, paradoxalmente, os hospitais estão cheios.

As pessoas vivem cansadas, inflamadas, ansiosas, deprimidas.

Nunca tivemos tanto acesso à tecnologia médica — e nunca estivemos tão doentes.


Há algo de profundamente errado com a forma como estamos a entender a "saúde".


A ilusão da pílula salvadora


Hoje, qualquer desconforto tem um comprimido à espera numa prateleira de farmácia.

Um comprimido para dormir, outro para acordar.

Um para acalmar, outro para aguentar o ritmo.

Um para o colesterol que subiu, outro para o estômago que já não aguenta o que comemos.


Mas nenhum comprimido substitui a responsabilidade.


O comprimido que alivia a dor nunca resolve a causa.

Ele apenas silencia o corpo — e, quando silenciamos o corpo, a doença encontra outras formas de se manifestar.


A verdadeira origem das doenças


A ciência é clara: mais de 70% das doenças crónicas têm origem no estilo de vida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Harvard School of Public Health e diversas instituições reforçam que fatores como alimentação inadequada, sedentarismo, stress crónico, privação de sono, álcool, tabaco e excesso de medicamentos estão entre os principais causadores de doenças cardíacas, diabetes, obesidade, depressão e doenças auto-imunes.


Em outras palavras: não é azar. É consequência.


Vivemos numa cultura que procura alívio imediato, mas evita transformação profunda.

Queremos curar sintomas, não causas.

Queremos continuar o mesmo estilo de vida — só que sem dor.


A medicina do agora, o corpo do depois


A sociedade moderna tornou-se viciada em soluções rápidas.

O corpo deixou de ser escutado — é apenas controlado.

Tomamos algo para calar a febre, para dormir, para acordar, para “aguentar o dia”.

E quando a mente colapsa, chamamos de “ansiedade”.

Quando o corpo protesta, chamamos de “doença”.

Mas quase nunca chamamos de "sinal".


E é precisamente isso que a Homeopatia entende tão bem.


A Homeopatia: o caminho da escuta e da prevenção


A Homeopatia é uma medicina que respeita o ritmo e a inteligência do corpo.

Não combate sintomas — interpreta mensagens.

Não impõe cura — estimula o organismo a reencontrar o seu equilíbrio natural.


Cada ser humano é único, e o tratamento deve refletir essa individualidade.

A Homeopatia não é apenas uma terapêutica alternativa: é uma filosofia de saúde que trabalha na prevenção, fortalece a vitalidade e educa para o autoconhecimento.

Ela ajuda a conservar a saúde antes que a doença se instale — antes que o corpo precise gritar.


O preço da pressa é a doença


Estamos a tentar viver de forma doente — apenas com menos sintomas.

Mas a verdadeira cura não é eliminar a dor; é compreender o que a provocou.

É devolver ao corpo o que lhe foi retirado: tempo, atenção, descanso, alimento vivo, emoção, propósito.


A farmácia pode salvar vidas — e muitas vezes é indispensável.

Mas não deveria ser o nosso modo de vida.


sábado, 27 de setembro de 2025

Homeopatia no regresso às aulas: quando a doença deixa de ser rotina

O outono traz o regresso às aulas, os reencontros, as brincadeiras no recreio… e, para muitos pais, também a preocupação: constipações atrás de constipações, tosse que não acaba, antibióticos que se tornam quase um hábito.

Quantas vezes já sentiste que as crianças (e muitos adultos), vivem num ciclo de doenças repetidas e idas ao médico?

Ao longo de muitos anos de prática clínica, acompanhando milhares de crianças e famílias, vejo uma realidade que se repete:

➡️ Crianças que passam o inverno inteiro entre febres, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, corticóides.
➡️ Pais cansados de correr para urgências, noites em claro, e a sensação de estar sempre um passo atrás da próxima infeção.

E também vejo, todos os dias, o que acontece quando a homeopatia entra em cena:

➡️ um corpo que aprende a reagir de forma mais equilibrada.
➡️ crianças que deixam de viver permanentemente doentes.
➡️ famílias que voltam a ter tranquilidade.

A homeopatia não é apenas um tratamento; é uma forma de olhar para cada criança como um ser único. Na consulta, escutamos mais do que sintomas: escutamos a história, a personalidade, as pequenas pistas que fazem toda a diferença.
É a partir dessa visão completa que escolhemos o medicamento homeopático — personalizado, respeitando a individualidade de cada um.

Não se trata de prometer que nunca mais haverá gripes ou constipações — isso faz parte da infância.
Mas é possível que o corpo da criança reaja melhor, que as crises sejam menos frequentes, menos intensas e que a dependência de medicamentos de emergência diminua de forma visível.

Com a mudança de estação e a aproximação do inverno, este pode ser o momento de experimentar uma abordagem diferente.
Porque cuidar não é só tratar; é também fortalecer, prevenir e devolver confiança às famílias.


sábado, 13 de setembro de 2025

Uma conversa franca sobre Homeopatia

Se estás aqui, talvez alguém te tenha falado de mim. Talvez tenhas ouvido uma boa experiência, talvez apenas uma sugestão dita de passagem. E, no entanto, sentes essa hesitação: “Será que vale a pena? Será que não estarei a cair em algo sem fundamento?”

Eu entendo. A dúvida é legítima. E, se me permites, começo por te dizer: não quero que largues nada, nem que escolhas “a minha” medicina contra “a outra”. Não é assim que funciona. A Homeopatia não veio para dividir, mas para acrescentar.

Pensa assim: quando o corpo fala através de sintomas, a medicina convencional é como um bombeiro — chega rapidamente, corta a dor, controla a crise. A Homeopatia, por sua vez, pergunta: De onde veio este fogo? Que combustível está a alimentar as chamas? Não são funções opostas, mas complementares.

Se tens medo de ser enganado, fica tranquilo: não vendo milagres. Os medicamentos homeopáticos são seguros, delicados e usados há mais de duzentos anos em todo o mundo. Não é bruxaria, não é placebo. É uma forma diferente de escutar o corpo e devolver-lhe equilíbrio.

Se tens receio de desperdiçar tempo, pensa no contrário: o tempo que ganhas ao conhecer-te melhor, ao entender que não és apenas um diagnóstico, mas uma pessoa inteira, com corpo, emoções, memórias e sonhos.

Na consulta, não vais encontrar pressa. Vais encontrar espaço para contar a tua história — e, muitas vezes, esse simples gesto já é transformador. Porque ninguém é só a sua doença.

Por isso, se chegaste até aqui cheio de dúvidas, não as largues. Traz as tuas perguntas. Traz o teu ceticismo. Eu não preciso que acredites antes de experimentar. Só preciso que estejas disposto/a a ser ouvido/a de verdade.

E talvez, no meio desse processo, descubras que a Homeopatia não é um salto no escuro, mas sim uma nova forma de acender luzes.


domingo, 31 de agosto de 2025

Homeopatia: o desconforto de quem não quer pensar que pode estar errado

É curioso — para não dizer revelador — como a simples menção à Homeopatia pode provocar tanto fervor, tanto ódio, tanta urgência em descredibilizar.

“Isso é pseudociência.”
“Não há evidência.”
“É só placebo.”

Repetem-se os mesmos chavões, com a segurança de quem nunca ousou ler mais do que meia dúzia de artigos partilhados no Facebook — sempre escritos por aqueles que se dizem defensores da “ciência verdadeira”, como se esta fosse uma religião com dogmas, e não um campo em constante transformação.

O mais interessante é que essa urgência em atacar raramente nasce do conhecimento.
Nasce do desconforto.
Desconforto profundo, íntimo, muitas vezes inconfessável.

Porque se a Homeopatia funcionar — e funciona — então o castelo de certezas absolutas começa a abanar.
Se milhões de pessoas melhoram com tratamentos que não seguem o manual clássico da farmacologia, então talvez não seja a Homeopatia que está errada…
Talvez seja o paradigma que se pensava intocável.

E isso, para muitos, é intolerável.

Porque aceitar essa possibilidade exige humildade.
Exige admitir que aquilo que se aprendeu, defendeu e impôs com tanto fervor… pode estar incompleto.
E isso assusta.

Os “cientistas das certezas” gostam de se vestir de racionalidade, mas por baixo da bata há o mesmo medo que qualquer ser humano carrega:
o medo de estar errado.
O medo de não ter todas as respostas.
O medo de que a verdade não seja tão controlável, tão mensurável, tão previsível como gostariam.

Então atacam.
Não porque têm razão, mas porque não conseguem tolerar a ideia de que alguém fora do seu sistema tenha.

Desprezam o que não conseguem explicar.
Ignoram o que não se encaixa nas suas tabelas.
Ridicularizam aquilo que não conseguem controlar.

Mas por mais que gritem, publiquem e desdenhem… o corpo continua a responder.
O ser humano continua a procurar.
E a Homeopatia continua a cuidar — com atenção, com sensibilidade, com um olhar que vê mais do que só sintomas.

A crítica, nesse caso, não revela a fraqueza da Homeopatia.
Revela apenas o tamanho da ameaça que ela representa para um ego que se alimenta de certezas.

Porque às vezes, por trás de uma gargalhada irónica, há só uma pessoa assustada com a hipótese de que aquilo que sempre ridicularizou… pode mesmo funcionar.


domingo, 17 de agosto de 2025

Os 5 erros de quem tenta tratar-se com homeopatia sem orientação

A homeopatia não é apenas uma escolha de medicamento. É uma escolha de caminho. E todos os caminho precisam de orientação.

Hoje quero escrever, não apenas como terapeuta, mas como alguém que já viu vidas mudarem com a homeopatia — e também já viu pessoas perderem tempo e saúde por pensarem que bastava “pesquisar no Google” ou “perguntar ao ChatGPT” para encontrar o medicamento certo.

Sim, estamos na era da informação. Tudo parece estar à distância de um clique. Mas a verdade é que nenhuma inteligência artificial ou dica online pode substituir a escuta atenta, o olhar profundo, o sentir de um profissional treinado.

Se estás a pensar em tratar-te sozinho com homeopatia, lê este texto com atenção. Não é um julgamento, mas sim uma forma de alerta.


1. Acreditar que um sintoma define o medicamento

Muitas pessoas pensam: “Estou ansioso. Vou tomar Argentum nitricum.”
Ou: “Tenho medo de falar em público. Deve ser Gelsemium.”

Na prática clínica, aprendi que dois pacientes com o mesmo sintoma raramente precisam do mesmo medicamento.

  • Um medo pode vir da infância. Outro pode vir de um trauma recente.
  • Uma insónia pode ser mental. Outra pode ser física.
  • A ansiedade de um pode ser silenciosa. A de outro, explosiva.

A homeopatia trata o indivíduo como um todo — e isso exige escuta, tempo, sensibilidade e estudo.


2. Escolher medicamentos sem entender o momento da vida

Muitas pessoas usam homeopatia como se fosse um “primeiro socorro emocional”.

Sim, há medicamentos agudos que ajudam em emergências. Mas os medicamentos mais profundos — os que transformam padrões, curam feridas antigas, aliviam dores crónicas — precisam ser escolhidos com cuidado.

Um medicamento dado no momento errado pode não fazer nada.
Ou pior: pode empurrar sintomas para mais fundo, tornando-se mais difícil de tratar.

Sem orientação, há o risco de calar sintomas sem ouvir a história que eles contam.


3. Confundir informação com sabedoria

Hoje em dia, há vídeos, listas, fóruns, sites com medicamentos para “ansiedade”, “TPM”, “medo”, “hiperatividade”.

Mas saber o nome de 20 medicamentos não faz de alguém um terapeuta, assim como ler sobre cirurgia não faz de alguém um cirurgião.

A sabedoria não está na informação. Está em saber qual o medicamento dar, quando, como, em que dose, em que frequência — e quando mudar.

É aí que entra o papel do homeopata: avaliar, acompanhar, ajustar.


4. Acreditar que é tudo leve, que nunca pode fazer mal

Outro erro comum é pensar: “A Homeopatia é natural, se não ajudar, mal também não faz.”

Não é bem assim.

A homeopatia atua em níveis profundos. Quando bem indicada, cura o que parecia incurável. Mas, quando usada de forma leviana, pode:

  • Despertar sintomas antigos
  • Criar confusão no campo energético
  • Mascarar sinais importantes do corpo

A Homeopatia é uma medicina energética. E isso exige respeito, cuidado e presença profissional.


5. Ignorar o valor da relação terapêutica

Talvez este seja o erro mais doloroso: achar que curar é só tomar um medicamento.

Não é.

A verdadeira cura acontece na relação:
Na consulta em que alguém te escuta sem pressa.
Na pergunta certa feita no momento certo.
Na conexão profunda entre terapeuta e paciente.

É nesse espaço que a cura começa — e não numa simples pesquisa ou num tubo de grânulos.


Para terminar…

Se estás a tentar encontrar o teu medicamento sozinho, compreendo. Todos queremos aliviar a dor. Mas deixa-me dizer-te, com toda a honestidade:

A homeopatia é poderosa demais para ser usada às cegas.

Ela pode transformar vidas — mas só quando é usada com consciência, com escuta, com presença.
E isso não se encontra num motor de busca.
Não se encontra numa lista de sintomas.
Não se encontra numa fórmula genérica.

Cura não é pressa. Cura é caminho.
E nenhum caminho verdadeiro se percorre sozinho.

Se sentes que já tentaste de tudo, ou se há algo em ti que pede por mudança — emocional, física, energética — talvez seja hora de seres acompanhado/a com profundidade.

A tua história merece mais do que uma solução rápida.
Merece respeito. Merece atenção. Merece transformação.

E se fizer sentido para ti, estarei aqui para te acompanhar nesse processo.


domingo, 20 de julho de 2025

Menos Crueldade, Mais Coração: E Se Começássemos Pelo Prato?

Vivemos tempos em que a consciência está a despertar. Cada vez mais, começamos a perceber que as nossas escolhas diárias têm um impacto que vai muito além do nosso prato.

Este texto não é um apelo para que todos se tornem vegan da noite para o dia. É um convite — sincero e compassivo — a olhar para o mundo com outros olhos. Com mais empatia. Com mais responsabilidade. Com mais amor.

A nossa saúde agradece

Numerosos estudos científicos têm demonstrado que a redução do consumo de carne e laticínios está associada a uma menor incidência de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade e até certos tipos de cancro.

Segundo a Harvard Medical School, uma dieta baseada em vegetais pode diminuir significativamente os níveis de colesterol e inflamação no corpo — dois grandes vilões silenciosos da saúde moderna.

Não é sobre restrições, é sobre abundância: de energia, vitalidade, leveza.

O planeta está a gritar

A produção de carne e lacticínios é uma das maiores causas de desflorestação, escassez de água e emissões de gases com efeito de estufa. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o setor pecuário é responsável por cerca de 14,5% das emissões globais de gases com efeito estufa — mais do que todos os transportes juntos.

Cada bife, cada copo de leite, tem uma pegada ecológica imensa. Mas a boa notícia é que cada vez que escolhemos uma refeição vegetal, estamos a devolver um bocadinho de equilíbrio ao planeta.

Os animais também sentem

Independentemente das crenças de cada um, é difícil negar que os animais são seres sencientes: sentem dor, medo, alegria. Criar um animal para o abate — privá-lo de liberdade, de vínculos, da própria vida — é algo que, no fundo do nosso coração, sabemos que está desalinhado com os valores de compaixão e respeito que todos carregamos.

Reduzir o consumo de produtos de origem animal é uma forma de dizer: “Eu vejo-te. Eu respeito-te. E escolho causar menos sofrimento.”

Um passo de cada vez

Não se trata de perfeição. Trata-se de intenção. Se cada pessoa optasse por uma ou duas refeições 100% vegetais por semana, o impacto seria extraordinário. Numa escala global, seria como plantar milhões de árvores, salvar biliões de litros de água e evitar o sofrimento de incontáveis animais.

Não é a perfeição que muda o mundo — é a soma dos pequenos gestos com grande intenção.

O futuro começa no prato

A mudança não precisa ser radical para ser significativa. Talvez possa começar por uma segunda-feira sem carne, por trocar o leite de vaca por bebida vegetal, ou por experimentar uma nova receita colorida, viva, cheia de sabor e consciência.

Escolher menos produtos de origem animal é um acto de amor: pela nossa saúde, pela Terra que nos sustenta, e pelos seres com quem partilhamos este lar.

O mundo que queremos começa nas escolhas que fazemos. Que a tua fome não seja só de comida, mas também de justiça, compaixão e esperança.

Uma pausa para respirar (e refletir)

Enquanto me preparo para uns dias de descanso e silêncio — férias merecidas, como todos precisamos — deixo este texto como um presente, ou talvez como uma semente.

Que este Verão, com o seu calor generoso, o seu ritmo mais lento e os dias mais longos, seja também uma oportunidade para escolher com mais consciência.
Talvez um gelado de fruta em vez de natas. Um churrasco vegetal cheio de cor e sabor. Uma nova curiosidade por aquilo que é leve, compassivo, fresco — e, acima de tudo, vivo.

Que a tua fome não seja apenas de comida, mas também de justiça, compaixão e esperança. 
Porque o mundo que queremos começa nas escolhas que fazemos.
E essas escolhas… começam no prato.